22 de abril de 2011

Geolocalização: precisamos prestar mais atenção a ela!

Lembra do tempo em que você queria sumir, dar uma pausa no ônibus do mundo e descer? Lembra de quando preservar a sua vida particular era das coisas mais caras à sua existência? Pois é, se você lembra dessas coisas com alguma saudade, isso significa que você faz parte do pedaço do mundo que, assim como eu, não nasceu imerso no mundo digital, mas tenta a todo custo se acostumar a ele.

A tendência hoje é colaborar compartilhar até os detalhes mais íntimos de sua rotina em lugares virtuais como o Facebook e o twitter, e dizer onde você está estudando, comendo, trabalhando ou se divertindo tem sido cada vez mais importante no mundo online.

Geolocalização. Esta parece ser a maior e mais relevante onda online do momento. "With fousquare you can unlock you world and find hapiness just around the corner". Em uma tradução livre, a frase de apresentação do vídeo do foursquare seria algo como "Com foursquare você pode destrancar o mundo e encontrar felicidade apenas ao virar a esquina".

Mas dizer onde está apenas por dizer não parece tão interessante. Mais do que isso, o que importa na geolocalização é aprender mais sobre cada lugar onde se está, tornar-se referência e conquistar e exercer influência cada vez maior a partir da sua opinião.

Com o foursquare, por exemplo, mais de 7 milhões de usuários em fevereiro deste ano já podiam conquistar "badges" a cada visita e "check-in" realizados num determinado lugar. O sistema de recompensas é uma das regras básicas: se você frequentar muito o lugar, vira o prefeito, o que pode lhe render vantagens como bebidas grátis no bar, por exemplo.

Aplicativos mais recentes e de enorme sucesso como o de fotografias chamado instagram, por exemplo, não dispensam a geolocalização como ferramenta de identificação dos usuários, que atualmente já ultrapassam mais de 2 milhões de pessoas que, juntas, postam cerca de 300 mil imagens por dia.

Disponível apenas para iPhone, por enquanto (a versão para Android deve chegar em breve), o instagram se baseia no seguinte princípio: tire uma foto e compartilhe sua vida com seus amigos. Associado ao foursquare, você pode fazer check-in num determinado lugar, postar uma foto e fazer seus comentários a respeito.

O mercado publicitário está trabalhando para criar diferentes e lucrativos usos da geolocalização. A cervejaria Heineken, por exemplo, premia usuários que se cadastram no site heineken.nl e integram seu perfil ao foursquare da seguinte forma: a cada check-in em bares e boates que vendam a cerveja o usuário recebe pontos que, acumulados, podem lhe render itens de merchandising e até mesmo ingressos para shows patrocinados pela marca.

No Brasil, a Petrobras criou um aplicativo que identifica e localiza os postos de combustível BR mais próximos do cliente naquele momento. A possibilidade de usos da geolocalização parece ser infinita e, se ela crescer muito em 2010, os estudiosos desse fenômeno concordam que 2011 é o ano em que geolocalizar-se parece nunca ter feito tanto sentido. Estejamos atentos e ativos!

Rodrigo Rocha
É jornalista e especialista em Cibercultura
* Este texto é fruto da minha vontade de compartilhar um pedacinho do que vi no curso de Planejamento de Comunicação em Mídias Digitais do qual participei no início de abril/11, em São Paulo, na Jump Education.

23 de março de 2011

Do direito constitucional de ir e vir: estou preso.

Apesar do contexto oposto (quem viu o filme, sabe), esta é uma bela imagem para descrever as sensações abaixo...
Eu discordo do senso comum que me diz o tempo todo que eu só serei feliz no dia em que encontrar alguém para dividir a vida, somar as despesas e, quem sabe, compartilhar as angústias.

Eu me recuso a acreditar em Tom Jobim, com seu já cansado "é impossível ser feliz sozinho". Fico com o frescor de Marisa, a Monte, que canta a solidão tão lindamente e versa, aos quatro cantos, "vivo tranquilo a liberdade que me faz carinho".

Eu protesto contra quem acha que as frustrações que eu vivi no passado não pode me impedir de viver novas emoções no presente. Podem, sim! Oxente! Que história é essa? Eu tenho todo o direito de bloquear meus sentimentos para evitar sofrimento.

Eu detesto os que acreditam que, somente arriscando a saúde do próprio coração e vivendo emoções fortes, é possível ter histórias para contar, boas ou más, sempre intensas.

Eu rechaço qualquer discurso que tente me convencer de que eu, minha família, meus amigos e minhas coisinhas não me bastam. Bastam. Podem bastar. Depende do que eu sinta que me faz feliz.

Contudo, eu defendo, respeito, concordo, aceito, abraço e faço cafuné gostoso na cabecinha cheirosa do meu direito de ir e vir. E é, sobretudo, para ele, que declaro meu amor.

Infelizmente, meu direito de ir e vir está cerceado. Por mim mesmo, que não consigo sair do meu 'cercadinho da independência' para descobrir: quando foi que eu desci do muro e escolhi o lado dos que acham que é perigoso demais amar? E por quê?

8 de novembro de 2010

UTILIDADE PÚBLICA: orientações para gordos que vão a festas à fantasia

Sobre as agruras de ir a uma festa à fantasia quando se é gordo (gordinho é pra amaciar o impacto):




1 - Qualquer fantasia sexy fica ridícula;
2 - Qualquer fantasia de personagens gordos ressalta a sua gordice e fica ridícula;
3 - Qualquer fantasia de personagens magros fica ridícula;
4 - Qualquer fantasia que esconda as gorduras lhe deixa derretido de calor ou com assaduras;
5 - Qualquer fantasia que mostre as gorduras lhe deixa ridículo;
6 - Qualquer fantasia que aperte as gorduras lhe deixa sem ar e ridículo;
7 - Qualquer fantasia que que tente brincar com sua gordura lhe deixa ridículo.

Então o que sobra?

Já que você não emagreceu mesmo, fantasie que você é magro, surdo e cego e seja ridículo.

Pior é ser infeliz.

E tente emagrecer para a próxima, ok?

#1bjo #odontofantasyEUVOU

23 de outubro de 2010

Solidão apavora? A velhice me assusta mais...

Não quero encher seu saco dramatizando uma idade que não tenho. Eu sei, tenho "apenas" 30 anos, muito o que viver e blá, blá, blá. Mas essa semana fiquei pensando na velhice, em como é envelhecer, o que isso nos traz, como isso nos afeta, que tipo de vida podemos levar quando a idade apavora.

Duas coisas provocaram essa (quase) reflexão: uma senhorinha que esperava por atendimento no consultório do cardiologista e meu tio Gilberto, que veio passear em Sergipe e teve um AVC. Foi aí que eu descobri que tenho mais medo da velhice do que da morte. A morte vem, pronto. A velhice, talvez venha. E se vier, como será?

Pois bem. Essa senhorinha tinha uns 85 anos e era tão fraquinha, mas tão fraquinha. Fiquei assustado. De que adianta chegar aos 85 e não conseguir andar sozinha, não conseguir ficar 5 minutos no consultório médico sem dormir, não conseguir controlar os próprios flatos? Medo. Pelo menos ela tinha a filha para ampará-la. E os que não têm?

Mas isso nem é o pior, pelo menos para mim. O pior é o balanço inevitável que a gente faz da vida. Será que fiz tudo o que podia realmente? Será que valeu a pena? Fui feliz? Fiz os outros felizes? Qual o saldo?

E então você se dá conta de que não tem muito tempo pra desfazer ou fazer de novo as coisas que não fez direito. Você está morrendo. Eu sei que estamos todos morrendo, mas é diferente essa noção aos 85 anos. Minha avó tem 85 anos, tá durinha e tal. Mas ela sabe que não deverá ter nem mais 10 anos de vida, pela média. É desesperador, não?

Dizem que o corpo vai se preparando para morrer à medida em que envelhece. E a cabeça, acompanha? Não deve ser desesperador você ter o que dizer, querer fazer e não ser mais levado a sério só porque está velho? Ou então porque o que você diz não "combina" com sua cara enrugada?

É isso. Meu tio tem seus 82 anos e há 30 não escuta. Ele já tinha uma perda auditiva moderada, mas ficou em estado de choque quando sua filha morreu de parto e ensurdeceu de vez. Vai saber, né? Aí ele resolve vir a Aracaju e sofre um AVC. Pronto. Surdo, com um lado do corpo tremendo. Quem quer viver assim? Ele quer. Ele não desiste. Uma coisa meio José de Alencar.

E eu, do "alto" dos meus 30 anos, estou reclamando de quê? Fiz uma bateria de exames agora e está (quase) tudo normalíssimo. Tenho saúde, inteligência, família, amigos, alguma disposição para a vida. Aliás, acho que é isso que falta. Mais disposição para a vida. Olho para os 30 anos passados e penso que não fiz muita coisa. O que vou fazer com os 30 que virão? Virão mesmo? Melhor correr e aproveitar agora...