31 de agosto de 2010

Pelo sabor do gesto

Faz um mês que ouço essa música TODOS OS DIAS. Ela faz o meu mundo melhor. Por isso, resolvi dividir com vocês que me lêem a linda composição de Alex Beupain, aqui numa versão de Zélia Duncan (@zdoficial).



Pelo Sabor do Gesto

(A-tu déjà aimé?)

Quem já tocou o amor pelo sabor do gesto?
Sentiu na boca o som? Mordeu fundo a maçã?
Na casca, a vida vem tão doce e tão modesta
Quem se perdeu de si?

Eu já toquei o amor pelo sabor do gesto
Confesso que perdi, me diz quantos se vão?
Paixões passam por mim, amores que têm pressa
Vão se perder em si

Se o amor durou demais, bebeu nas suas veias
Seus beijos de mentira não chegam muito longe
Paixões correm por mim, são só suaves febres
Seus beijos mais gentis derretem pela neve

Pra que tocar o amor pelo sabor do gesto
Se o gosto da maçã vem sempre indigesto?
Amarga essa canção, os dias e o resto
Se perde como um grão

Mas se eu ousar amar pelo sabor do gesto
Te empresto da maçã, vai junto o coração
Esquece o que eu não fiz
Te sirvo o bom da festa
De um jeito mais feliz

Paixões correm por mim, eu sei tudo de cor
carinho sem querer me cansa e me dói

Se o amor vem pra ficar, faz tudo mais bonito
Me basta ter na mão e o corpo tem razão

Mas se eu ousar amar pelo sabor do gesto
Te empresto da maçã, vai junto o coração
Esquece o que eu não fiz
Te sirvo o bom da festa
De um jeito mais feliz

24 de agosto de 2010

Mas como é que eu pude me apaixonar por você, hein?

Acho que há uns dois dias tuitei sobre aquela sensação de quase arrependimento que, às vezes, a gente sente quando olha algumas fotos antigas e pensa: "Meu Deus, como pude me apaixonar por essa pessoa?".

Recebi tantos replies dessa tuitada no próprio twitter e no facebook que, de lá para cá, tenho me pegado pensando nisso com alguma frequência. Sendo assim, melhor escrever e colocar logo esse pensamento para fora. Aí sobra mais espaço para outros pensamentos.

Não é que eu me arrependa, isso seria desrespeitoso, inverídico e até sujo com os meus ex-amores. Eu não me arrependo. Mas do mesmo modo como não entendo o fato de ter usado o glorioso penteado pigmaleão na pré-adolescência, hoje não compreendo como me apaixonei por certas pessoas. Aliás, não pelas pessoas, mas por pessoas com certas características.

Sim, eu tô usando muito a palavra "pessoas". Significa, Ronnie?



Posso citar alguns exemplos do óbvio ululante? Sim, eu já me apaixonei por gente que...

... me envergonhava pelo jeito de se vestir, falar, comer ou escrever;
... usava o sexo como arma para me prender e punir;
... não gostava muito de alguns dos meus melhores amigos;
... não deixava espaço para eu me mostrar e buscava saber de tudo pelos meus amigos;
... me traiu e me contou;
... me traiu e nunca me contou;
... quis ficar com meu melhor amigo horas depois de ter ficado comigo;
... se aproveitava da minha mão aberta para dar uma leve exploradinha;
... segurou o riso quando eu revelei meus sentimentos;
... havia se apaixonado por mim sem que eu percebesse e, quando eu senti o mesmo, já não me queria mais;
... nunca me deu a menor bola.

Vai dizer que você nunca? É estranho, não é? Mas acontece com todo mundo. Pelo menos todo mundo que eu conheço.

Não é que eu pense em vingança, afinal, já devo ter me vingando despertando sensações iguais ou parecidas com as que descrevi acima.

O que eu faço é o seguinte: apenas me aproveito das coisas que detesto nos outros para me sentir melhor. Simples assim. Você não? Duvido! Experimente. É ótimo.

20 de agosto de 2010

Manifesto pela boa educação no elevador

Esse é um texto sobre elevador. Aliás, é um Sobre educação e boas maneiras no elevador.

Esta semana me deparei com um novo, pelo menos para mim, tipo de falta de educação. Antes de eu e uma senhora sairmos do elevador aqui do prédio, uma pessoa se colocou na frente da porta e entrou. Sim, minha gente, esse ser humano (?) ENTROU NO ELEVADOR ANTES QUE A GENTE DESCESSE.

Aí eu me pergunto: o que leva uma pessa a fazer isso? A pressa? Não justifica. Ele teria que esperar que eu e a senhora saíssemos antes de poder subir. Se ele era cego? Não, não era. Para mim, só tem uma explicação. A falta de educação generalizada a que estamos nos acostumando. Estamos?

Eu sou de um tempo (tenho apenas 30, tá?) em que a gente tomava umas boas palmadas (e ninguém discutia se isso era agressão aos direitos de crianças e adolescentes) se elevássemos o tom de voz para nossos pais. Mas nem é a esse tipo de "infração" que estou me referindo.

Gostaria apenas de relembrar às pessoas que, para conseguirmos continuar convivendo, precisamos nos esforçar, ainda que contra o nosso ímpeto animal, a sermos mais GENTIS e EDUCADOS.

a) Como é possível que uma pessoa entre no elevador e feche a porta mesmo percebendo que outra se aproxima a menos de 10 metros de distância?

b) Como pode alguém querer entrar no elevador antes que as pessoas que já estão dentro dele saiam?

c) O que leva uma pessoa a colar chiclete no cantinho do espelho do elevador que ela usa todos os dias?

d) O que faz com que alguém queime, sim, QUEIME o fio do interfone dentro do elevador?

e) Por que um ser humano (? de novo) faz de conta que NÃO OUVE o bom dia que recebe DENTRO do elevador, aquela caixa de metal com 2 m² de área?

f) Por que alguém que mora no 12º andar PEIDA no elevador enquanto ele desce? Será que essa pessoa não imagina que entre o 12º andar e o térreo outros moradores também entrarão na caixa metálica abafada pelo odor exalado de suas entranhas?

Depois disso tudo você pode achar que eu moro na Faixa de Gaza das boas maneiras, mas não é isso. Pare e pense: você já passou por alguma das situações acima ou já foi autor de uma delas? Não seria melhor viver num mundo sem isso? Fica a dica para todos nós.

Como hoje é sexta-feira, o melhor dia de todos os tempos da última semana, não custa rir...

15 de agosto de 2010

Encontros, despedidas, comportas abertas...

Pouca gente acredita, mas é verdade. Fazia quase dois anos que eu não conseguia chorar. Chorar em todo o sentido da palavra: ter uma sensação, deixar que ela me invada e me leve às lágrimas. Mas hoje foi diferente.

Bastaram as primeiras notas e palavras de 'Encontros e Despedidas' para que Milton Nascimento arrancasse de mim uma cachoeira de lágrimas ainda na quarta canção de seu show. Eu, surpreso comigo mesmo, e ele sem a menor cerimônioa destrancando a comporta que impedia a água de jorrar.

Por que eu chorei? Foi de saudade. Essa música me faz lembrar demais do meu saudoso amigo Rafael Rodrigues. Se foi um choro contido? Eu juro que até tentei conter. Mas nem consegui. Falhei miseravelmente. E foi melhor assim.

Aí comecei a sentir outras saudades, do tempo em que nós convivíamos diariamente, eu e Rafa e nossos outros amigos. De como éramos felizes, de como a vida era promissora, de como podíamos tudo ainda que preferíssemos uns aos outros, eu, ele e nossos outros amigos.

Então deu uma saudaaaade de mim. Dessas saudades com vários 'a' e voz apertadinha. Saudade da fé que eu tinha nos sentimentos, no choro, na saudade, na dor de amor. Se eu perdi essa fé? Acredito que não. Penso que ela ficou abandonada lá atrás e eu há algum tempo eu voltei para buscá-la.

Mas como acontece com todo mundo que é abandonado, a resistência em acreditar de novo no autor do abandono tem dificultado um pouco as coisas entre nós. E a fé, lá, sentadinha à beira da estrada, se recusa a me dar a mão e a seguir comigo enquanto eu não provar a ela que estou pronto para tê-la novamente ao meu lado.

Mas a gente conversa, uns dias mais, outros menos. Estamos conversando. E eu sei que ela quer voltar andar junto comigo. Aquela fé gostosa no sentimento das pessoas umas pelas outras, das pessoas por mim, de mim por mim. Porque vai ver que, lá no fundo, a despedida que eu jurei que tinha feito da fé no amor, aquele amor romântico, na verdade era uma despedida de mim. Chega de despedidas. A hora pede reencontro. Só me resta insistir.

11 de agosto de 2010

Utilidade pública 2: Desculpem, Marte e Vênus, mas homens e mulheres são terráqueos!

Hoje é dia de participação especial da dona do Cibereza no blog. Ao decidir prestar um serviço de utilidade pública às amigas mulheres a partir do post Utilidade pública em defesa da carência feminina, não imaginei que há tantas vozes clamando por ouvintes, neste caso, leitores. Sendo assim, segue abaixo o primeiro texto de @kadydja. A ideia, como sempre, é continuar contribuindo para que o MUNDO MELHORE. SEMPRE!



Como toda mulher moderna que se preze, tenho alguns cadastros em sites que escrevem sobre e para o universo feminino. Então, recebi um newsletter do site Bolsa de Mulher com a seguinte matéria “13 repelentes de homem: Descubra o que você não pode fazer de jeito nenhum na hora da conquista”.

Primeira reação: rir. Sim, considero hilária essa tentativa over de categorizar homens e mulheres na hora da conquista, do sexo, da balada, do namoro, do casamento, do divórcio, da crisma ou de qualquer ritual que enfeite os dias de nossas vidas.

É fato que, em algum momento da História da Humanidade, mulheres e homens tinham papéis bem definidos, mas é importante colocar que esses estereótipos foram construídos à luz dos valores morais e da necessidade de organização da sociedade sob a bandeira imaculada da família.

Abre parênteses: não que eu não ache importante a família. Não vejo outra instituição que possa formar melhor o caráter do ser humano. Sem uma boa educação familiar não adianta nem mandar seu filho estudar na Suíça. Ele vai crescer com desvios de caráter ou, no mínimo, com três ou quatro probleminhas que só serão resolvidos depois de muita terapia.

Voltando: homens são de Marte e mulheres são de Vênus? Não. Todos somos terráqueos e cada vez mais mundanos. Ainda que a ciência comprove que a presença do cromossomo Y confere ao homem algumas particularidades em relação à mulher, duplamente X, a dinâmica social hoje prova que as fronteiras estão se rompendo. Isso aqui não pretende ser um tratado antropológico, até porque tudo que eu sei de Antropologia vem daquele famoso livrinho da coleção Primeiros Passos. Mas sobre homens e mulheres, em sua crua realidade chicobuarquiana, eu entendo.

Sou retrato de uma época. Balzaquiana, solteira, independente financeiramente, moro só, tenho meus gatos e faço minha própria programação pelo mundo. O que me diferencia de um homem na mesma situação que eu (tirando o fato de que ele não teria 3 gatos)? Nada.

Tudo que ele quiser e puder fazer, eu também posso. Todas as reservas para relacionamentos ou invasão do seu espaço sagrado de solteiro que ele possa ter, eu também tenho. Todos os artifícios de conquista dos quais ele pode  utilizar para conseguir o que deseja no momento, eu também posso. E quando coloco “EU”, trago comigo todas as mulheres que possuem a mesma realidade.

Blá, blá, blá, não é feminismo. É conquista através dos tempos. Hoje alcançamos altos postos de trabalho, somos chefes de família, ou podemos optar, sem sermos tripudiadas pelos pais, em permanecer solteiras e colecionadoras de vistos em passaporte. Trocamos o quarto do bebê por uma sala de leitura com sistema de som.

A sonhada lua-de-mel em Paris vira 15 dias de compras e jazz em NY com as amigas. Os nomes dos nossos filhos vão parar nos nossos gatos ou pugs. Whatever. Se a escolha for decidida, essa é de fato a grande época do livre-arbítrio para as mulheres. Tudo podemos, como eles sempre puderam.

Então, ando meio entediada com essas tentativas midiáticas de separar os moços das moças. Vide a moda. Usamos calças boyfriends, e eles pintam as unhas. Vide essa nova geração. Sensíveis, andróginos, livres. Vide a política. Homens e mulheres disputam igualitariamente o comando deste país. Então, Bolsas e Tiaras de Mulheres pela internet afora, vamos melhorar e escrever para as mulheres que lhes lêem?

Como o texto vai longo, vou comentar nesse primeiro momento apenas um tópico. Se o dono deste blog abrir o espaço para mais colaborações, eu posso desenvolver o tema.

"Fazer sexo no primeiro encontro é um repelente"

Esse é o melhor. Certo dia estava na livraria e um título me chamou atenção: “Porque os homens preferem as mulheres poderosas”. Ri mais uma vez e fui folhear. A uma altura do tratado, tinha um capítulo chamado “Lojinha de Doces”. O ensinamento era o seguinte: não abra toda sua lojinha de doces na primeira vez. Libere jujuba por jujuba.

Primeiro eu pensei: “Isso aqui merece um Pulitzer”. Depois eu fechei o livro e desejei vida longa à autora. Fala sério!  Meninas, não acreditem nisso. O homem que não te quiser porque você deu no primeiro encontro não iria te querer nem no 18º. Quando há desinteresse, tanto homens quanto mulheres conseguem levar uma relação por várias e várias vezes e depois cair fora como quem pula do Carrossel.

E outra: se para conquistar e manter um homem você se vale da “terra prometida”, é hora de reavaliar suas virtudes e defeitos, e entender uma coisa: enquanto você faz da sua vida sexual um oásis no deserto, seu príncipe encantado está brincando no play com gente bem mais resolvida que você. E pode ser que ele não esteja disposto a descer da gangorra pra percorrer todo esse areal.

Se você deu no primeiro encontro e o cara sumiu, não chore, você não é um repelente. Ele é que tem problemas com cavalheirismo. Agradeça a Deus pela noite. E outra: faça o mesmo de vez em quando. Sonhar com o príncipe é importante, mas tem horas que precisamos apenas do cavalo branco.

Bem, espero que tenham gostado dessa minha primeira participação por aqui. Continuarei tentando melhorar o mundo.

10 de agosto de 2010

Isso aqui tá virando blog de autoajuda?

Amanhã chegarei à bela marca de 70 sessões de terapia. O que era pra ser uma terapia breve já tá começando a virar algo de médio prazo. Para comemorar esses quase dois anos avaliando a minha vida com o auxílio de uma psicóloga, resolvi listar descobertas, algumas muito óbvias, que fiz ao longo desse período. Sim, porque conhecimento só tem valor quando repassado. Então lá vai:

a) Não adianta esconder algo de si achando que essa coisa ou sentimento vai deixar de existir por isso;

b) É uma furada achar que se apenas você souber daquilo que fez e reprova, não se sentirá mal, afinal, algo só existe quando os outros ficam sabendo. Balela! Tudo - ou praticamente tudo o que a gente faz, inclusive escondido - um dia traz consequências visíveis aos olhos e corações dos outros;

c) Ter mais medo de rejeição do que vontade de ser feliz só impede que você se sinta melhor. Coisa linda esse clichê, hein? Evitar a parte boa para não passar pela parte ruim só torna o todo ruim;

d) O mais difícil, na verdade, não é encontrar alguém, mas suportar sua própria companhia. Seja uma companhia agradável para si mesmo e tudo melhora;

e) É bobagem achar que as pessoas tem a obrigação de descobrir o que está por trás daquilo que você está dizendo. De outra forma, como elas podem merecer o meu carinho, dedicação, amor ou coisa que o valha? Não interessa. A humanidade não tem tempo para suas mensagens subliminares;

f) Sim, é querer demais desejar que as pessoas estejam à sua disposição sempre que você precisar. Fatalmente irá se frustrar a cada segundo por que não é assim que a vida funciona e pronto;

g) Presunção não ajuda, especialmente quando você deixa de se reconhecer como membro da sua família simplesmente por achar que eles não entenderiam o que se passa na sua cabeça;

h) Agredir como forma de evitar carinho? Mas que loucura é essa? De que adianta maltratar alguém pelo medo puro e simples de que essa pessoa possa conhecer suas fragilidades um dia?

Olha, o alfabeto não possui letras suficientes para que eu possa listar tudo e você, provavelmente, não teria a paciência necessária para ler tantas obviedades de A a Z.

Só uma perguntinha: se é tudo tão óbvio assim, porque é tão difícil, hein?

Sobre o tema, leia também: Notas mentais, por @dittacuja

5 de agosto de 2010

Utilidade pública em defesa da carência feminina

Sem rodeios, o negócio é o seguinte: MULHER DETESTA HOMEM QUE DEIXA TODAS AS ESCOLHAS NAS MÃOS DELA. Não adianta achar que está fazendo uma gentileza ao deixá-la escolher tudo. Não é isso o que ela quer. Especialmente na primeira saída, ela quer um homem que mostre o que conhece, que apresente a ela coisas novas e seja seguro das suas escolhas. Funciona mais ou menos assim: "ele sabe escolher um bom restaurante, logo tem capacidade de me levar pra cama e, quiçá, ser pai dos meus filhos".

Pronto. Eu podia parar esse post aqui, mas como meu espírito Dalai Lamesco (Odorificamente falando) está aflorado, darei rápidos exemplos de como isso pode ACABAR com sua paquera e/ou conquista.



As mulheres detestam diálogos como:

Ele - Tô querendo fazer alguma coisa hoje. Vamos sair?
Ela - Claro. Para onde?
Ele - Não sei. Diga aí.


ACABOU. Não entendeu? Vou dividir as sílabas?: A-CA-BOU! Você pronunciou sua sentença de morte em duas palavras: "DIGA" e "AÍ". Nenhuma mulher que se preze vai tolerar isso. Se você deu a ideia de sair, sugira o programa. Como uma dia disse o filósofo e ex-BBB Eliéser, "Seje hômi!".

Digamos que você é um vencedor e ela, desesperada por seu afeto, aceitou a condição e sugeriu um restaurante que ela gostaria de conhecer. Já devidamente sentados, depois de você ter "esquecido" de abrir a porta do carro e puxar a cadeira pra ela, o garçom pergunta o que irão beber.

Ele - Não sei. Escolha!
Ela - ...
Ele - E então?
Ela (com ódio) - Uma coca. (Sim, porque a essa altura do campeonato, nenhuma mulher vai lembrar que coca-cola aumenta a probabilidade de estrias e celulites.)


MORRA. Meu amigo, com essa você já pode pedir para satisfazer sua necessidade fisiológica de número 2 e se ausentar. Para sempre. Mas se a moça for realmente um ser humano benevolente e te der a chance de permanecer com ela até o fim desta refeição, não cometa o erro seguinte:

Ele - E agora? O que faremos?
Ela - ...
Os grilos ao redor - Cri... cri... cri...


Resumo da ópera: ACREDITE, elas preferem que você erre tentando acertar. Outra coisa: faça uma forcinha e pesquise no google o nome de um bom vinho pelo menos. Elas foram unânimes em dizer que o esforço é "fofo", a preguiça é imperdoável. Mulher, não importa o quão independente ela seja ou aparente ser, não acha que se as escolhas estiverem nas mãos dela é porque você é bom e altruísta. Ela acha que você é um BABACA.

3 de agosto de 2010

Gente. Como a gente?

Gente que não consegue manter com a família o diálogo que gostaria.
Gente que maltrata quem gosta porque não consegue se desfazer de mágoas completamente.
Gente que, mesmo em silêncio, precisa de abraço o tempo todo e ainda ousa recusar vários dos que recebe.

Gente que insiste em manter a pose de firme, mesmo desmoronando por dentro.
Gente que só consegue dizer tudo, mas tudo mesmo o que pensa, quando protegido pela tela do computador, quase nunca pessoalmente.
Gente que é capaz de fazer o mundo rir com seu jeito de falar, mas que, muitas vezes, é incapaz de fazer o mundo perceber que também sente dor.


Gente que faz grosseria querendo fazer carinho.
Gente que faz alarde sobre o quanto não precisa de carinho, mesmo sendo o que mais precisa.
Gente que tem dificuldade de acreditar na admiração alheia.
Gente que somatiza a opinião alheia.

Gente que se contenta com pouco, mesmo achando que só seria feliz com muito.
Gente que sente prazer em ajudar gente, mas que precisa de reconhecimento quando faz isso.
Gente que resolve os problemas dos outros e não consegue resolver os seus.
Gente que acha que não tem direito e não merece.

Gente. Como a gente?

1 de agosto de 2010

Consciência e má vontade: até onde vão as suas?

Estamos todos felizes com a escolha da Praça São Francisco, em São Cristóvão, como patrimônio da humanidade pela Unesco? Sim, estamos, claro que estamos. Mas por trás de toda felicidade aparente, sempre há alguém que guarda o seu pessimismo e, por diversas vezes, não consegue disfarçá-lo. Acho que é sobre isso que eu quero falar hoje.

Como assim, Rodrigo? Bem, eu e muita gente que conheço - e que não conheço - ficamos extremamente satisfeitos com a escolha, afinal, Sergipe agora tem um patrimônio mundial. Mas, como era de se esperar, sempre tem alguém pra colocar um certo gosto de féu até nesses momentos.

"Ok, vencemos, mas mais importante do que comemorar, é se preocupar com o que virá, com o peso que essa escolha representa". Ah, dá licença, mas hoje e os próximos dias são para CO-ME-MO-RAR! Por que precisamos levar a vida como se fosse um fardo? Será que o que se espera é que os responsáveis recebam a notícia da vitória e se tranquem em suas salas para discutir os próximos passos?

Olha aí a praça num clique lindo do meu amigo @Marco__Vieira:




Pelo amor de Deus, né? O Brasil tem mais de 5 mil cidades e apenas 17 possuíam o título. São Cristóvão é a 18ª! As celebrações são ritos de passagem importantes e nós, que muitas vezes somos enganados e levados a comemorar coisas que nem merecem nossa atenção, nos esquecemos de celebrar o que realmente importa. Isso é mal de ser humano.

A amiga diz: "Que roupa linda!". A outra responde: "Ah, menina, foi baratinha!". Mas que complexo é esse de que não merecemos os elogios que nos fazem? Por que temos que depreciar o que conquistamos em nome de uma falsa modéstia? Ou, quiçá, de um pessimismo, uma má vontade gratuita que queremos disfarçar em forma de "pensamento consciente".

"Tristeza não tem fim. Felicidade, sim". Então aproveitemos os nossos momentos de felicidade de forma intensa e não nos deixemos cair na tentação da ignorância de confundir felicidade com falta de consciência.

Comemore a vitória do povo sergipano e coloque em sua agenda novos debates sobre a necessidade de preparar Sergipe para o que virá em decorrência dessa vitória. Mas cada coisa em seu tempo. É só uma dica, ok?

Acesse http://pracasaofrancisco.se.gov.br e saiba mais.