8 de novembro de 2010

UTILIDADE PÚBLICA: orientações para gordos que vão a festas à fantasia

Sobre as agruras de ir a uma festa à fantasia quando se é gordo (gordinho é pra amaciar o impacto):




1 - Qualquer fantasia sexy fica ridícula;
2 - Qualquer fantasia de personagens gordos ressalta a sua gordice e fica ridícula;
3 - Qualquer fantasia de personagens magros fica ridícula;
4 - Qualquer fantasia que esconda as gorduras lhe deixa derretido de calor ou com assaduras;
5 - Qualquer fantasia que mostre as gorduras lhe deixa ridículo;
6 - Qualquer fantasia que aperte as gorduras lhe deixa sem ar e ridículo;
7 - Qualquer fantasia que que tente brincar com sua gordura lhe deixa ridículo.

Então o que sobra?

Já que você não emagreceu mesmo, fantasie que você é magro, surdo e cego e seja ridículo.

Pior é ser infeliz.

E tente emagrecer para a próxima, ok?

#1bjo #odontofantasyEUVOU

23 de outubro de 2010

Solidão apavora? A velhice me assusta mais...

Não quero encher seu saco dramatizando uma idade que não tenho. Eu sei, tenho "apenas" 30 anos, muito o que viver e blá, blá, blá. Mas essa semana fiquei pensando na velhice, em como é envelhecer, o que isso nos traz, como isso nos afeta, que tipo de vida podemos levar quando a idade apavora.

Duas coisas provocaram essa (quase) reflexão: uma senhorinha que esperava por atendimento no consultório do cardiologista e meu tio Gilberto, que veio passear em Sergipe e teve um AVC. Foi aí que eu descobri que tenho mais medo da velhice do que da morte. A morte vem, pronto. A velhice, talvez venha. E se vier, como será?

Pois bem. Essa senhorinha tinha uns 85 anos e era tão fraquinha, mas tão fraquinha. Fiquei assustado. De que adianta chegar aos 85 e não conseguir andar sozinha, não conseguir ficar 5 minutos no consultório médico sem dormir, não conseguir controlar os próprios flatos? Medo. Pelo menos ela tinha a filha para ampará-la. E os que não têm?

Mas isso nem é o pior, pelo menos para mim. O pior é o balanço inevitável que a gente faz da vida. Será que fiz tudo o que podia realmente? Será que valeu a pena? Fui feliz? Fiz os outros felizes? Qual o saldo?

E então você se dá conta de que não tem muito tempo pra desfazer ou fazer de novo as coisas que não fez direito. Você está morrendo. Eu sei que estamos todos morrendo, mas é diferente essa noção aos 85 anos. Minha avó tem 85 anos, tá durinha e tal. Mas ela sabe que não deverá ter nem mais 10 anos de vida, pela média. É desesperador, não?

Dizem que o corpo vai se preparando para morrer à medida em que envelhece. E a cabeça, acompanha? Não deve ser desesperador você ter o que dizer, querer fazer e não ser mais levado a sério só porque está velho? Ou então porque o que você diz não "combina" com sua cara enrugada?

É isso. Meu tio tem seus 82 anos e há 30 não escuta. Ele já tinha uma perda auditiva moderada, mas ficou em estado de choque quando sua filha morreu de parto e ensurdeceu de vez. Vai saber, né? Aí ele resolve vir a Aracaju e sofre um AVC. Pronto. Surdo, com um lado do corpo tremendo. Quem quer viver assim? Ele quer. Ele não desiste. Uma coisa meio José de Alencar.

E eu, do "alto" dos meus 30 anos, estou reclamando de quê? Fiz uma bateria de exames agora e está (quase) tudo normalíssimo. Tenho saúde, inteligência, família, amigos, alguma disposição para a vida. Aliás, acho que é isso que falta. Mais disposição para a vida. Olho para os 30 anos passados e penso que não fiz muita coisa. O que vou fazer com os 30 que virão? Virão mesmo? Melhor correr e aproveitar agora...

9 de outubro de 2010

Tempos bicudos

A coisa tá difícil
É um pega-pega
Um passa ou repassa
Um traça-repassa
Um vai-e-vem
Uma confusão
Uma incerteza
Uma dúvida misturada com angústia

A coisa tá complicada
É um tal de sei-não-sei
Vou, talvez
Quem sabe um dia
E a alegria?
É só fantasia?
Mas que agonia!
E agonia para quê?

A coisa tá confusa
João Ubaldo diria: bicuda!
Mas e o que fazemos?
Para quê fazemos?
Para quem fazemos?
Por que queremos?
Desde que amemos
A correria vale o tempo que perdemos?

22 de setembro de 2010

Resumo

A ignorância é uma bênção, mas o autoconhecimento é um vício.

E agora?

Só me resta mergulhar no tormento do autoconhecer-me.

Estou viciado.

20 de setembro de 2010

A de AHAM, B de BULLYING, G de GRAAAATO!



Agradeço a quem me deu rasteira na escola
A quem escondeu minha bola na quadra do condomínio
A quem roubou minhas 'gudes' e me fez sentir como um idiota

Obrigado, de coração, a quem mangou de mim no Salesiano
A quem praticou o bullying contra minha pessoa na pré-adolescência
A quem me deixou sozinho chorando na sala da 6ª A quando perdemos a gincana do CCPA

Gratíssimo sou ao coleguinha que fechou o portão na minha cara e fez com que eu lascasse a testa
A todas as meninas que disseram não quando eu chamei pra dançar forró
A todos os meninos que me excluíram das brincadeiras porque eu era mais afeiçoado às meninas

Meu pleito de gratidão aos professores que torturavam para evitar que eu comandasse rebeliões
Ao dono da cantina que me deixava comer e só pagar no final do mês
À colega do 3º ano que me ensinou a fumar como forma de me rebelar

Sou grato às namoradas pela paciência
Aos namorados pela deferência
A quem não me quis pela preferência

Obrigado aos que me alertaram para cair fora dessa profissão enquanto havia tempo
Aos que me ignoraram solenemente ou mesmo sem nenhum protocolo
Aos amigos que me bloqueiam e/ou me dão unfollow

Sobretudo, muito obrigado por me mostrarem que não adianta fingir
Nós somos desprezíveis e nos importamos apenas com o que nos afeta
Muito grato por me fazerem sugar todo esse leite para, finalmente, entender porque é tudo fake

8 de setembro de 2010

Ele, ela, os dois... (e eu). Todos no avião.

Ele sentou na cadeira da janela.
Ela sentou na do meio.
Os dois já se conheciam, mas só isso.

Ele falava alto.
Ela parecia interessada.
Os dois não paravam de conversar.

Ele mostrava as músicas que gostava.
Ela prestava atenção e respondia mostrando suas preferências.
Os dois cantavam juntos.

Ele segurou a revista dela.
Ela foi ao banheiro.
Os dois sorriram quando ela voltou.

Ele cochilou no ombro dela.
Ela não resistiu e cochilou no ombro dele.
Os dois se deram as mãos.

Ele alisava a mão dela.
Ela se deixava alisar e, às vezes, retribuia.
Os dois estavam eletrizados um pelo outro.

Ele esperou que ela levantasse para ajudá-la com a bagagem.
Ela agradeceu, feliz, com um beijo nos lábios dele.
Os dois se beijaram pela primeira vez.

Se foi exatamente assim? Não sei.
Mas eu estava na cadeira ao lado prestando atenção em tudo.
E foi assim que eu vi. Foi assim que eu preferi ver.

3 de setembro de 2010

"A melhor maneira de viajar é sentir"

A frase do título é de Álvaro de Campos e, para mim, faz todo sentido. Viajar é viver alguns dias como um avatar não identificado de mim mesmo. Esse é um dos significados mais fortes. Viajar é ser livre, é ser rico (meus cartões gritam por socorro quando eu volto), é ser quem eu quiser ser. Sabe aquela fantasia de recomeçar a vida do zero, arrumando tudo o que a gente não gosta nela? Viajar me permite realizá-la, ainda que por pouco tempo.

De uns tempos para cá tomei a decisão de viajar mais, conhecer mais lugares, sair. Isso como meta de vida mesmo. Foi então que, esta semana, fiquei pensando sobre o porquê de querer viajar tanto assim.

Sair é fuga. E eu aproveito, viu? Para começo de conversa, eu minto muito em viagens. Muito mesmo. Mas nao é mentira do tipo: "sou rico e moro numa cobertura em Copacabana". É mais para: "autoestima? Claro que tenho! Sobrando. Quer um pouco?". Sim, quando eu viajo, fantasio sobre como seria se eu... E sabe que as pessoas acreditam?

Como seria se eu tivesse coragem de abordar fulano, que é tão lindo que jamais me daria bola? Já pensou nisso? Em sua cidade pode ser um mico. Viajando é o máximo, é história para contar, não para esconder. O lema é mais ou menos o bom e velho: "não sou daqui, não vim para ficar".

E como seria se eu dissesse que já fiz e aconteci, que não tenho problemas com quem sou, que estou muito feliz e que sou independente e não preciso do seu reconhecimento para me sentir bem? As pessoas acreditariam? Olha, já estou com frio na barriga só de pensar!

Isso sem falar que, admita, viajar nos faz sentir melhores em relação aos outros. Fala sério. Pode parecer mesquinho, mas é verdade. Viajar nos torna especiais diante dos olhos das outras pessoas, seja porque temos mais experiência, seja simplesmente pelo status de ter ido aonde outros ainda não foram. Nos torna atraentes, interessantes. Viajar alimenta o ego.

"Humano, demasiado humano". Né, Nietzsche? Talvez more aí a tal depressão pós-viagem. A vida volta a ser dura não pela rotina, mas pelo reencontro com a vida que criamos para nós mesmos e não sabemos direito como gerenciar para que fique melhor. Até a próxima viagem...

A melhor maneira de viajar é sentir
Álvaro de Campos

Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.

31 de agosto de 2010

Pelo sabor do gesto

Faz um mês que ouço essa música TODOS OS DIAS. Ela faz o meu mundo melhor. Por isso, resolvi dividir com vocês que me lêem a linda composição de Alex Beupain, aqui numa versão de Zélia Duncan (@zdoficial).



Pelo Sabor do Gesto

(A-tu déjà aimé?)

Quem já tocou o amor pelo sabor do gesto?
Sentiu na boca o som? Mordeu fundo a maçã?
Na casca, a vida vem tão doce e tão modesta
Quem se perdeu de si?

Eu já toquei o amor pelo sabor do gesto
Confesso que perdi, me diz quantos se vão?
Paixões passam por mim, amores que têm pressa
Vão se perder em si

Se o amor durou demais, bebeu nas suas veias
Seus beijos de mentira não chegam muito longe
Paixões correm por mim, são só suaves febres
Seus beijos mais gentis derretem pela neve

Pra que tocar o amor pelo sabor do gesto
Se o gosto da maçã vem sempre indigesto?
Amarga essa canção, os dias e o resto
Se perde como um grão

Mas se eu ousar amar pelo sabor do gesto
Te empresto da maçã, vai junto o coração
Esquece o que eu não fiz
Te sirvo o bom da festa
De um jeito mais feliz

Paixões correm por mim, eu sei tudo de cor
carinho sem querer me cansa e me dói

Se o amor vem pra ficar, faz tudo mais bonito
Me basta ter na mão e o corpo tem razão

Mas se eu ousar amar pelo sabor do gesto
Te empresto da maçã, vai junto o coração
Esquece o que eu não fiz
Te sirvo o bom da festa
De um jeito mais feliz

24 de agosto de 2010

Mas como é que eu pude me apaixonar por você, hein?

Acho que há uns dois dias tuitei sobre aquela sensação de quase arrependimento que, às vezes, a gente sente quando olha algumas fotos antigas e pensa: "Meu Deus, como pude me apaixonar por essa pessoa?".

Recebi tantos replies dessa tuitada no próprio twitter e no facebook que, de lá para cá, tenho me pegado pensando nisso com alguma frequência. Sendo assim, melhor escrever e colocar logo esse pensamento para fora. Aí sobra mais espaço para outros pensamentos.

Não é que eu me arrependa, isso seria desrespeitoso, inverídico e até sujo com os meus ex-amores. Eu não me arrependo. Mas do mesmo modo como não entendo o fato de ter usado o glorioso penteado pigmaleão na pré-adolescência, hoje não compreendo como me apaixonei por certas pessoas. Aliás, não pelas pessoas, mas por pessoas com certas características.

Sim, eu tô usando muito a palavra "pessoas". Significa, Ronnie?



Posso citar alguns exemplos do óbvio ululante? Sim, eu já me apaixonei por gente que...

... me envergonhava pelo jeito de se vestir, falar, comer ou escrever;
... usava o sexo como arma para me prender e punir;
... não gostava muito de alguns dos meus melhores amigos;
... não deixava espaço para eu me mostrar e buscava saber de tudo pelos meus amigos;
... me traiu e me contou;
... me traiu e nunca me contou;
... quis ficar com meu melhor amigo horas depois de ter ficado comigo;
... se aproveitava da minha mão aberta para dar uma leve exploradinha;
... segurou o riso quando eu revelei meus sentimentos;
... havia se apaixonado por mim sem que eu percebesse e, quando eu senti o mesmo, já não me queria mais;
... nunca me deu a menor bola.

Vai dizer que você nunca? É estranho, não é? Mas acontece com todo mundo. Pelo menos todo mundo que eu conheço.

Não é que eu pense em vingança, afinal, já devo ter me vingando despertando sensações iguais ou parecidas com as que descrevi acima.

O que eu faço é o seguinte: apenas me aproveito das coisas que detesto nos outros para me sentir melhor. Simples assim. Você não? Duvido! Experimente. É ótimo.

20 de agosto de 2010

Manifesto pela boa educação no elevador

Esse é um texto sobre elevador. Aliás, é um Sobre educação e boas maneiras no elevador.

Esta semana me deparei com um novo, pelo menos para mim, tipo de falta de educação. Antes de eu e uma senhora sairmos do elevador aqui do prédio, uma pessoa se colocou na frente da porta e entrou. Sim, minha gente, esse ser humano (?) ENTROU NO ELEVADOR ANTES QUE A GENTE DESCESSE.

Aí eu me pergunto: o que leva uma pessa a fazer isso? A pressa? Não justifica. Ele teria que esperar que eu e a senhora saíssemos antes de poder subir. Se ele era cego? Não, não era. Para mim, só tem uma explicação. A falta de educação generalizada a que estamos nos acostumando. Estamos?

Eu sou de um tempo (tenho apenas 30, tá?) em que a gente tomava umas boas palmadas (e ninguém discutia se isso era agressão aos direitos de crianças e adolescentes) se elevássemos o tom de voz para nossos pais. Mas nem é a esse tipo de "infração" que estou me referindo.

Gostaria apenas de relembrar às pessoas que, para conseguirmos continuar convivendo, precisamos nos esforçar, ainda que contra o nosso ímpeto animal, a sermos mais GENTIS e EDUCADOS.

a) Como é possível que uma pessoa entre no elevador e feche a porta mesmo percebendo que outra se aproxima a menos de 10 metros de distância?

b) Como pode alguém querer entrar no elevador antes que as pessoas que já estão dentro dele saiam?

c) O que leva uma pessoa a colar chiclete no cantinho do espelho do elevador que ela usa todos os dias?

d) O que faz com que alguém queime, sim, QUEIME o fio do interfone dentro do elevador?

e) Por que um ser humano (? de novo) faz de conta que NÃO OUVE o bom dia que recebe DENTRO do elevador, aquela caixa de metal com 2 m² de área?

f) Por que alguém que mora no 12º andar PEIDA no elevador enquanto ele desce? Será que essa pessoa não imagina que entre o 12º andar e o térreo outros moradores também entrarão na caixa metálica abafada pelo odor exalado de suas entranhas?

Depois disso tudo você pode achar que eu moro na Faixa de Gaza das boas maneiras, mas não é isso. Pare e pense: você já passou por alguma das situações acima ou já foi autor de uma delas? Não seria melhor viver num mundo sem isso? Fica a dica para todos nós.

Como hoje é sexta-feira, o melhor dia de todos os tempos da última semana, não custa rir...

15 de agosto de 2010

Encontros, despedidas, comportas abertas...

Pouca gente acredita, mas é verdade. Fazia quase dois anos que eu não conseguia chorar. Chorar em todo o sentido da palavra: ter uma sensação, deixar que ela me invada e me leve às lágrimas. Mas hoje foi diferente.

Bastaram as primeiras notas e palavras de 'Encontros e Despedidas' para que Milton Nascimento arrancasse de mim uma cachoeira de lágrimas ainda na quarta canção de seu show. Eu, surpreso comigo mesmo, e ele sem a menor cerimônioa destrancando a comporta que impedia a água de jorrar.

Por que eu chorei? Foi de saudade. Essa música me faz lembrar demais do meu saudoso amigo Rafael Rodrigues. Se foi um choro contido? Eu juro que até tentei conter. Mas nem consegui. Falhei miseravelmente. E foi melhor assim.

Aí comecei a sentir outras saudades, do tempo em que nós convivíamos diariamente, eu e Rafa e nossos outros amigos. De como éramos felizes, de como a vida era promissora, de como podíamos tudo ainda que preferíssemos uns aos outros, eu, ele e nossos outros amigos.

Então deu uma saudaaaade de mim. Dessas saudades com vários 'a' e voz apertadinha. Saudade da fé que eu tinha nos sentimentos, no choro, na saudade, na dor de amor. Se eu perdi essa fé? Acredito que não. Penso que ela ficou abandonada lá atrás e eu há algum tempo eu voltei para buscá-la.

Mas como acontece com todo mundo que é abandonado, a resistência em acreditar de novo no autor do abandono tem dificultado um pouco as coisas entre nós. E a fé, lá, sentadinha à beira da estrada, se recusa a me dar a mão e a seguir comigo enquanto eu não provar a ela que estou pronto para tê-la novamente ao meu lado.

Mas a gente conversa, uns dias mais, outros menos. Estamos conversando. E eu sei que ela quer voltar andar junto comigo. Aquela fé gostosa no sentimento das pessoas umas pelas outras, das pessoas por mim, de mim por mim. Porque vai ver que, lá no fundo, a despedida que eu jurei que tinha feito da fé no amor, aquele amor romântico, na verdade era uma despedida de mim. Chega de despedidas. A hora pede reencontro. Só me resta insistir.

11 de agosto de 2010

Utilidade pública 2: Desculpem, Marte e Vênus, mas homens e mulheres são terráqueos!

Hoje é dia de participação especial da dona do Cibereza no blog. Ao decidir prestar um serviço de utilidade pública às amigas mulheres a partir do post Utilidade pública em defesa da carência feminina, não imaginei que há tantas vozes clamando por ouvintes, neste caso, leitores. Sendo assim, segue abaixo o primeiro texto de @kadydja. A ideia, como sempre, é continuar contribuindo para que o MUNDO MELHORE. SEMPRE!



Como toda mulher moderna que se preze, tenho alguns cadastros em sites que escrevem sobre e para o universo feminino. Então, recebi um newsletter do site Bolsa de Mulher com a seguinte matéria “13 repelentes de homem: Descubra o que você não pode fazer de jeito nenhum na hora da conquista”.

Primeira reação: rir. Sim, considero hilária essa tentativa over de categorizar homens e mulheres na hora da conquista, do sexo, da balada, do namoro, do casamento, do divórcio, da crisma ou de qualquer ritual que enfeite os dias de nossas vidas.

É fato que, em algum momento da História da Humanidade, mulheres e homens tinham papéis bem definidos, mas é importante colocar que esses estereótipos foram construídos à luz dos valores morais e da necessidade de organização da sociedade sob a bandeira imaculada da família.

Abre parênteses: não que eu não ache importante a família. Não vejo outra instituição que possa formar melhor o caráter do ser humano. Sem uma boa educação familiar não adianta nem mandar seu filho estudar na Suíça. Ele vai crescer com desvios de caráter ou, no mínimo, com três ou quatro probleminhas que só serão resolvidos depois de muita terapia.

Voltando: homens são de Marte e mulheres são de Vênus? Não. Todos somos terráqueos e cada vez mais mundanos. Ainda que a ciência comprove que a presença do cromossomo Y confere ao homem algumas particularidades em relação à mulher, duplamente X, a dinâmica social hoje prova que as fronteiras estão se rompendo. Isso aqui não pretende ser um tratado antropológico, até porque tudo que eu sei de Antropologia vem daquele famoso livrinho da coleção Primeiros Passos. Mas sobre homens e mulheres, em sua crua realidade chicobuarquiana, eu entendo.

Sou retrato de uma época. Balzaquiana, solteira, independente financeiramente, moro só, tenho meus gatos e faço minha própria programação pelo mundo. O que me diferencia de um homem na mesma situação que eu (tirando o fato de que ele não teria 3 gatos)? Nada.

Tudo que ele quiser e puder fazer, eu também posso. Todas as reservas para relacionamentos ou invasão do seu espaço sagrado de solteiro que ele possa ter, eu também tenho. Todos os artifícios de conquista dos quais ele pode  utilizar para conseguir o que deseja no momento, eu também posso. E quando coloco “EU”, trago comigo todas as mulheres que possuem a mesma realidade.

Blá, blá, blá, não é feminismo. É conquista através dos tempos. Hoje alcançamos altos postos de trabalho, somos chefes de família, ou podemos optar, sem sermos tripudiadas pelos pais, em permanecer solteiras e colecionadoras de vistos em passaporte. Trocamos o quarto do bebê por uma sala de leitura com sistema de som.

A sonhada lua-de-mel em Paris vira 15 dias de compras e jazz em NY com as amigas. Os nomes dos nossos filhos vão parar nos nossos gatos ou pugs. Whatever. Se a escolha for decidida, essa é de fato a grande época do livre-arbítrio para as mulheres. Tudo podemos, como eles sempre puderam.

Então, ando meio entediada com essas tentativas midiáticas de separar os moços das moças. Vide a moda. Usamos calças boyfriends, e eles pintam as unhas. Vide essa nova geração. Sensíveis, andróginos, livres. Vide a política. Homens e mulheres disputam igualitariamente o comando deste país. Então, Bolsas e Tiaras de Mulheres pela internet afora, vamos melhorar e escrever para as mulheres que lhes lêem?

Como o texto vai longo, vou comentar nesse primeiro momento apenas um tópico. Se o dono deste blog abrir o espaço para mais colaborações, eu posso desenvolver o tema.

"Fazer sexo no primeiro encontro é um repelente"

Esse é o melhor. Certo dia estava na livraria e um título me chamou atenção: “Porque os homens preferem as mulheres poderosas”. Ri mais uma vez e fui folhear. A uma altura do tratado, tinha um capítulo chamado “Lojinha de Doces”. O ensinamento era o seguinte: não abra toda sua lojinha de doces na primeira vez. Libere jujuba por jujuba.

Primeiro eu pensei: “Isso aqui merece um Pulitzer”. Depois eu fechei o livro e desejei vida longa à autora. Fala sério!  Meninas, não acreditem nisso. O homem que não te quiser porque você deu no primeiro encontro não iria te querer nem no 18º. Quando há desinteresse, tanto homens quanto mulheres conseguem levar uma relação por várias e várias vezes e depois cair fora como quem pula do Carrossel.

E outra: se para conquistar e manter um homem você se vale da “terra prometida”, é hora de reavaliar suas virtudes e defeitos, e entender uma coisa: enquanto você faz da sua vida sexual um oásis no deserto, seu príncipe encantado está brincando no play com gente bem mais resolvida que você. E pode ser que ele não esteja disposto a descer da gangorra pra percorrer todo esse areal.

Se você deu no primeiro encontro e o cara sumiu, não chore, você não é um repelente. Ele é que tem problemas com cavalheirismo. Agradeça a Deus pela noite. E outra: faça o mesmo de vez em quando. Sonhar com o príncipe é importante, mas tem horas que precisamos apenas do cavalo branco.

Bem, espero que tenham gostado dessa minha primeira participação por aqui. Continuarei tentando melhorar o mundo.

10 de agosto de 2010

Isso aqui tá virando blog de autoajuda?

Amanhã chegarei à bela marca de 70 sessões de terapia. O que era pra ser uma terapia breve já tá começando a virar algo de médio prazo. Para comemorar esses quase dois anos avaliando a minha vida com o auxílio de uma psicóloga, resolvi listar descobertas, algumas muito óbvias, que fiz ao longo desse período. Sim, porque conhecimento só tem valor quando repassado. Então lá vai:

a) Não adianta esconder algo de si achando que essa coisa ou sentimento vai deixar de existir por isso;

b) É uma furada achar que se apenas você souber daquilo que fez e reprova, não se sentirá mal, afinal, algo só existe quando os outros ficam sabendo. Balela! Tudo - ou praticamente tudo o que a gente faz, inclusive escondido - um dia traz consequências visíveis aos olhos e corações dos outros;

c) Ter mais medo de rejeição do que vontade de ser feliz só impede que você se sinta melhor. Coisa linda esse clichê, hein? Evitar a parte boa para não passar pela parte ruim só torna o todo ruim;

d) O mais difícil, na verdade, não é encontrar alguém, mas suportar sua própria companhia. Seja uma companhia agradável para si mesmo e tudo melhora;

e) É bobagem achar que as pessoas tem a obrigação de descobrir o que está por trás daquilo que você está dizendo. De outra forma, como elas podem merecer o meu carinho, dedicação, amor ou coisa que o valha? Não interessa. A humanidade não tem tempo para suas mensagens subliminares;

f) Sim, é querer demais desejar que as pessoas estejam à sua disposição sempre que você precisar. Fatalmente irá se frustrar a cada segundo por que não é assim que a vida funciona e pronto;

g) Presunção não ajuda, especialmente quando você deixa de se reconhecer como membro da sua família simplesmente por achar que eles não entenderiam o que se passa na sua cabeça;

h) Agredir como forma de evitar carinho? Mas que loucura é essa? De que adianta maltratar alguém pelo medo puro e simples de que essa pessoa possa conhecer suas fragilidades um dia?

Olha, o alfabeto não possui letras suficientes para que eu possa listar tudo e você, provavelmente, não teria a paciência necessária para ler tantas obviedades de A a Z.

Só uma perguntinha: se é tudo tão óbvio assim, porque é tão difícil, hein?

Sobre o tema, leia também: Notas mentais, por @dittacuja

5 de agosto de 2010

Utilidade pública em defesa da carência feminina

Sem rodeios, o negócio é o seguinte: MULHER DETESTA HOMEM QUE DEIXA TODAS AS ESCOLHAS NAS MÃOS DELA. Não adianta achar que está fazendo uma gentileza ao deixá-la escolher tudo. Não é isso o que ela quer. Especialmente na primeira saída, ela quer um homem que mostre o que conhece, que apresente a ela coisas novas e seja seguro das suas escolhas. Funciona mais ou menos assim: "ele sabe escolher um bom restaurante, logo tem capacidade de me levar pra cama e, quiçá, ser pai dos meus filhos".

Pronto. Eu podia parar esse post aqui, mas como meu espírito Dalai Lamesco (Odorificamente falando) está aflorado, darei rápidos exemplos de como isso pode ACABAR com sua paquera e/ou conquista.



As mulheres detestam diálogos como:

Ele - Tô querendo fazer alguma coisa hoje. Vamos sair?
Ela - Claro. Para onde?
Ele - Não sei. Diga aí.


ACABOU. Não entendeu? Vou dividir as sílabas?: A-CA-BOU! Você pronunciou sua sentença de morte em duas palavras: "DIGA" e "AÍ". Nenhuma mulher que se preze vai tolerar isso. Se você deu a ideia de sair, sugira o programa. Como uma dia disse o filósofo e ex-BBB Eliéser, "Seje hômi!".

Digamos que você é um vencedor e ela, desesperada por seu afeto, aceitou a condição e sugeriu um restaurante que ela gostaria de conhecer. Já devidamente sentados, depois de você ter "esquecido" de abrir a porta do carro e puxar a cadeira pra ela, o garçom pergunta o que irão beber.

Ele - Não sei. Escolha!
Ela - ...
Ele - E então?
Ela (com ódio) - Uma coca. (Sim, porque a essa altura do campeonato, nenhuma mulher vai lembrar que coca-cola aumenta a probabilidade de estrias e celulites.)


MORRA. Meu amigo, com essa você já pode pedir para satisfazer sua necessidade fisiológica de número 2 e se ausentar. Para sempre. Mas se a moça for realmente um ser humano benevolente e te der a chance de permanecer com ela até o fim desta refeição, não cometa o erro seguinte:

Ele - E agora? O que faremos?
Ela - ...
Os grilos ao redor - Cri... cri... cri...


Resumo da ópera: ACREDITE, elas preferem que você erre tentando acertar. Outra coisa: faça uma forcinha e pesquise no google o nome de um bom vinho pelo menos. Elas foram unânimes em dizer que o esforço é "fofo", a preguiça é imperdoável. Mulher, não importa o quão independente ela seja ou aparente ser, não acha que se as escolhas estiverem nas mãos dela é porque você é bom e altruísta. Ela acha que você é um BABACA.

3 de agosto de 2010

Gente. Como a gente?

Gente que não consegue manter com a família o diálogo que gostaria.
Gente que maltrata quem gosta porque não consegue se desfazer de mágoas completamente.
Gente que, mesmo em silêncio, precisa de abraço o tempo todo e ainda ousa recusar vários dos que recebe.

Gente que insiste em manter a pose de firme, mesmo desmoronando por dentro.
Gente que só consegue dizer tudo, mas tudo mesmo o que pensa, quando protegido pela tela do computador, quase nunca pessoalmente.
Gente que é capaz de fazer o mundo rir com seu jeito de falar, mas que, muitas vezes, é incapaz de fazer o mundo perceber que também sente dor.


Gente que faz grosseria querendo fazer carinho.
Gente que faz alarde sobre o quanto não precisa de carinho, mesmo sendo o que mais precisa.
Gente que tem dificuldade de acreditar na admiração alheia.
Gente que somatiza a opinião alheia.

Gente que se contenta com pouco, mesmo achando que só seria feliz com muito.
Gente que sente prazer em ajudar gente, mas que precisa de reconhecimento quando faz isso.
Gente que resolve os problemas dos outros e não consegue resolver os seus.
Gente que acha que não tem direito e não merece.

Gente. Como a gente?

1 de agosto de 2010

Consciência e má vontade: até onde vão as suas?

Estamos todos felizes com a escolha da Praça São Francisco, em São Cristóvão, como patrimônio da humanidade pela Unesco? Sim, estamos, claro que estamos. Mas por trás de toda felicidade aparente, sempre há alguém que guarda o seu pessimismo e, por diversas vezes, não consegue disfarçá-lo. Acho que é sobre isso que eu quero falar hoje.

Como assim, Rodrigo? Bem, eu e muita gente que conheço - e que não conheço - ficamos extremamente satisfeitos com a escolha, afinal, Sergipe agora tem um patrimônio mundial. Mas, como era de se esperar, sempre tem alguém pra colocar um certo gosto de féu até nesses momentos.

"Ok, vencemos, mas mais importante do que comemorar, é se preocupar com o que virá, com o peso que essa escolha representa". Ah, dá licença, mas hoje e os próximos dias são para CO-ME-MO-RAR! Por que precisamos levar a vida como se fosse um fardo? Será que o que se espera é que os responsáveis recebam a notícia da vitória e se tranquem em suas salas para discutir os próximos passos?

Olha aí a praça num clique lindo do meu amigo @Marco__Vieira:




Pelo amor de Deus, né? O Brasil tem mais de 5 mil cidades e apenas 17 possuíam o título. São Cristóvão é a 18ª! As celebrações são ritos de passagem importantes e nós, que muitas vezes somos enganados e levados a comemorar coisas que nem merecem nossa atenção, nos esquecemos de celebrar o que realmente importa. Isso é mal de ser humano.

A amiga diz: "Que roupa linda!". A outra responde: "Ah, menina, foi baratinha!". Mas que complexo é esse de que não merecemos os elogios que nos fazem? Por que temos que depreciar o que conquistamos em nome de uma falsa modéstia? Ou, quiçá, de um pessimismo, uma má vontade gratuita que queremos disfarçar em forma de "pensamento consciente".

"Tristeza não tem fim. Felicidade, sim". Então aproveitemos os nossos momentos de felicidade de forma intensa e não nos deixemos cair na tentação da ignorância de confundir felicidade com falta de consciência.

Comemore a vitória do povo sergipano e coloque em sua agenda novos debates sobre a necessidade de preparar Sergipe para o que virá em decorrência dessa vitória. Mas cada coisa em seu tempo. É só uma dica, ok?

Acesse http://pracasaofrancisco.se.gov.br e saiba mais.

28 de julho de 2010

Amizade não é isso...

O que você acha que é amizade? Como você traduziria essa relação? É um sentimento? São atitudes? Pois bem. Para ajudar na definição, vou tentar fazer uma breve lista do que não é amizade e, assim, por eliminação, quem sabe cheguemos à conclusão sobre o que de fato ela é.




Responder à pergunta "tô bem assim com essa roupa?" com um sincero não. Amizade não é isso.

Ter a coragem de dizer que o cara por quem ela está se apaixonando não serve e ainda deixar nas entrelinhas que ninguém é bom o suficiente pra ela. Amizade não é isso.

Atender a um telefonema às 2h da manhã e desabafar até as 4h? Amizade não é isso.

No outro dia ligar às 6h e ficar ao telefone até as 9h? Amizade não é isso.

Assumir que, às vezes, gostaria que os gatos que ela tanto ama nem existissem. Amizade não é isso.

Querer comemorar o aniversário do outro durante três dias consecutivos. Amizade não é isso.

Fazer a pessoa retroceder de um sonho dizendo que "às vezes é preciso dar dois passos para trás para, depois, conseguir dar três adiante". Amizade não é isso.

Provocar, ainda que sem querer, o ciúme de todo - ou quase todo - namorado que ela possa ter. Amizade não é isso.

Partir, andar, virar, mexer e voltar depois de meses ou anos como se tivessem se visto ontem. Amizade não é isso.

Ligar desesperado para falar de seus problemas e acabar consolando o outro. Amizade não é isso.

Defendê-la, ainda que saiba que, no fundo, ela poderia ter feito diferente, só para não dar ousadia a quem não merece. Amizade não é isso.

Fazê-la rir e chorar com a mesma facilidade. Amizade não é isso.

Ok, mas se amizade não nada disso, o que é então? Olha, eu posso até não saber. O que eu sei mesmo é que tudo isso aí em cima é AMOR, daquele dos bons, de alma gêmea.

Pelo menos temos um ao outro, não é, Kady?

Feliz 30! Seja bem-vinda ao lado de cá da montanha.

26 de julho de 2010

"Humano, demasiado humano"

Eu queria entender porque as celulites que todo mundo já sabia que a Carolina Dieckman tem e a gente até já tinha visto viraram notícia de novo. Alguém aí conhece uma mulher que não as tenha? É escárnio, né? É o conforto de saber que alguém considerado de alguma forma um modelo tem os mesmos defeitos que a gente.

Mas alguém aí acha que os nossos modelos não tem (sem acento mesmo, viu?) os defeitos que a gente tem? Tem, gente. Isso é óbvio. Podem tê-los em menor ou maior quantidade, mas os tem. Fato. Ok, eu não disse nenhuma novidade até agora. Mas se as celulites da Carolina também não são novidade, por que elas figuram entre as celulites mais lidas da globo.com?

Não há nada de bizarro, não há nada de anormal, não há nada de nojento, não há nada de esquisito. Elas estão lá, como estão nas pernas/bundas de TODAS AS MULHERES DO PLANETA. "Humano, demasiado humano", já diria Nietzsche, que nunca foi casado, mas deve ter conhecido pelo menos as celulites de sua irmã, Elizabeth.

Pois então se somos humanos, demasiado humanos, deve ser por isso que temos algum mórbido prazer de ver a desgraça alheia, a infelicidade do outro. Em algum nível, todo mundo sentiu, sente e sentirá esse prazer: o de rir da dor do outro. Tudo bem que as celulites de Carol - intimidade dá pra fingir sim, viu, Zélia Duncan? - não devem doer nela. Mas apontá-las fazendo disso motivo de chacota talvez a incomode.

Então o exercício do dia de hoje, para mim, é o de tentar ser feliz com a felicidade do outro. Não para convencer os outros de que sou uma pessoa boa, mas para tentar, de alguma maneira, ser essa tal pessoa boa que eu não sou na essência. Sim, porque ninguém é lá muito bom na essência e a crueldade infantil que a gente se esforça pra abandonar quando cresce é prova disso.

25 de julho de 2010

Eu, um ser social?

Por que eu passo o dia inteiro tuitando e não tenho coragem de sentar na sala pra bater papo com minha mãe, hein? Fico trancado no meu quarto, esperando encontrar não sei o quê na net. Aí comecei a pensar: por que eu preciso passar o dia - especialmente o domingo - nas mídias sociais (twitter, facebook, orkut...)?

Pensando bem, não preciso. Mas é mais confortável. Aqui eu incomodo praticamente sem ser incomodado, arrisco dizer coisas que talvez não diga pessoalmente pra ver quem se interessa por elas. Sim, porque um reply significa que, no mínimo, a pessoa me leu e aquilo causou nela alguma sensação de que eu merecia uma resposta.

Eu faço terapia há quase dois anos e essa é uma das perguntas que vão e voltam constantemente. (É o quê? Não parece que faço terapia? Mas faço, viu?) Por que essa dificuldade de ficar sozinho, mesmo trancado no meu quarto?

A amiga, vocês sabem que me refiro à Cibereza, uma das personalidades de @kadydja aqui na web, uma vez me disse que a felicidade pode estar na nossa capacidade de gostarmos da nossa própria companhia. Eu até gosto de estar comigo. Descobri um pouco mais sobre isso na viagem recente que fiz a Buenos Aires sozinho.

Mas será que é isso mesmo? No fundo somos todos sós e procuramos desesperadamente por companhia para abrandar essa sensação? Olha, pra ser bem sincero, eu acho que a gente só se completa no outro. Nem tô falando isso no sentido romântico da coisa. Tô falando na vida como um todo.

De que adianta ser se ninguém sabe que você é? Vai dizer que o que importa é a paz interior? É, eu também acho. Mas até ela nos é dada, em algum limite, pelo outro. Então eu me conformo em saber que buscamos confirmar quem somos através dos outros. Ok, ponto pacífico. A gente nega, é até poético negar, mas é mentira. É o que eu acho.

É isso! Pronto. É por isso que passo horas e horas dos meus dias nas mídias sociais. Eu preciso me confirmar no outro e, para chegar ao meu objetivo, que é confirmar no outro apenas o que gosto em mim, fico em casa tuitando, facebookando e orkutando, e escondendo até de mim o que não gosto em mim. Ou, pelo menos, tentando.

Olha só, que prodígio! Fiz uma pergunta retórica no início desta divagação e, ao final dela, consegui uma resposta que apaziguasse esse coraçãozinho intranquilo que insiste em se perguntar "quem sou eu, de onde vim e para onde vou". Só por hoje.

5 de maio de 2010

Eu voltei, mas nunca para ficar...

Faz algumas horas que tô aqui matutando uma coisa legal pra escrever, uma piada engraçada pra postar, uma situação cotidiana pra me indignar, mas não tô conseguindo. O fato é que há mais de 3 anos eu não usava o meu blog.

Aí hoje, lendo o blog da Maíra, deu uma vontadezinha de escrever alguma coisa. Esperei pra ver se passava, não passou. Mas a vontade de ser interessante me travou. Então fiquei pensando que talvez fosse bom refletir sobre essa vontade que a gente tem de ser interessante.

Então eu vou refletir, tá? Quem sabe assim eu descubra algo interessante pra colocar aqui amanhã ou depois. Beijos!