25 de julho de 2010

Eu, um ser social?

Por que eu passo o dia inteiro tuitando e não tenho coragem de sentar na sala pra bater papo com minha mãe, hein? Fico trancado no meu quarto, esperando encontrar não sei o quê na net. Aí comecei a pensar: por que eu preciso passar o dia - especialmente o domingo - nas mídias sociais (twitter, facebook, orkut...)?

Pensando bem, não preciso. Mas é mais confortável. Aqui eu incomodo praticamente sem ser incomodado, arrisco dizer coisas que talvez não diga pessoalmente pra ver quem se interessa por elas. Sim, porque um reply significa que, no mínimo, a pessoa me leu e aquilo causou nela alguma sensação de que eu merecia uma resposta.

Eu faço terapia há quase dois anos e essa é uma das perguntas que vão e voltam constantemente. (É o quê? Não parece que faço terapia? Mas faço, viu?) Por que essa dificuldade de ficar sozinho, mesmo trancado no meu quarto?

A amiga, vocês sabem que me refiro à Cibereza, uma das personalidades de @kadydja aqui na web, uma vez me disse que a felicidade pode estar na nossa capacidade de gostarmos da nossa própria companhia. Eu até gosto de estar comigo. Descobri um pouco mais sobre isso na viagem recente que fiz a Buenos Aires sozinho.

Mas será que é isso mesmo? No fundo somos todos sós e procuramos desesperadamente por companhia para abrandar essa sensação? Olha, pra ser bem sincero, eu acho que a gente só se completa no outro. Nem tô falando isso no sentido romântico da coisa. Tô falando na vida como um todo.

De que adianta ser se ninguém sabe que você é? Vai dizer que o que importa é a paz interior? É, eu também acho. Mas até ela nos é dada, em algum limite, pelo outro. Então eu me conformo em saber que buscamos confirmar quem somos através dos outros. Ok, ponto pacífico. A gente nega, é até poético negar, mas é mentira. É o que eu acho.

É isso! Pronto. É por isso que passo horas e horas dos meus dias nas mídias sociais. Eu preciso me confirmar no outro e, para chegar ao meu objetivo, que é confirmar no outro apenas o que gosto em mim, fico em casa tuitando, facebookando e orkutando, e escondendo até de mim o que não gosto em mim. Ou, pelo menos, tentando.

Olha só, que prodígio! Fiz uma pergunta retórica no início desta divagação e, ao final dela, consegui uma resposta que apaziguasse esse coraçãozinho intranquilo que insiste em se perguntar "quem sou eu, de onde vim e para onde vou". Só por hoje.

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