Ele sentou na cadeira da janela.
Ela sentou na do meio.
Os dois já se conheciam, mas só isso.
Ele falava alto.
Ela parecia interessada.
Os dois não paravam de conversar.
Ele mostrava as músicas que gostava.
Ela prestava atenção e respondia mostrando suas preferências.
Os dois cantavam juntos.
Ele segurou a revista dela.
Ela foi ao banheiro.
Os dois sorriram quando ela voltou.
Ele cochilou no ombro dela.
Ela não resistiu e cochilou no ombro dele.
Os dois se deram as mãos.
Ele alisava a mão dela.
Ela se deixava alisar e, às vezes, retribuia.
Os dois estavam eletrizados um pelo outro.
Ele esperou que ela levantasse para ajudá-la com a bagagem.
Ela agradeceu, feliz, com um beijo nos lábios dele.
Os dois se beijaram pela primeira vez.
Se foi exatamente assim? Não sei.
Mas eu estava na cadeira ao lado prestando atenção em tudo.
E foi assim que eu vi. Foi assim que eu preferi ver.
2 comentários:
adoro essas observações. sou mestre nisso!
E assim se faz "a novela" do cotidiano, ali, ao lado... Mas só visível aos olhares mais atentos, ou imaginativos, talvez.
Te seguindo por aqui, e só agora a descobrir blogs pelos cajueiros dos papagaios... ;) rs
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