Hoje é dia de participação especial da dona do
Cibereza no blog. Ao decidir prestar um serviço de utilidade pública às amigas mulheres a partir do post
Utilidade pública em defesa da carência feminina, não imaginei que há tantas vozes clamando por ouvintes, neste caso, leitores. Sendo assim, segue abaixo o primeiro texto de
@kadydja. A ideia, como sempre, é continuar contribuindo para que o MUNDO MELHORE. SEMPRE!
Como toda mulher moderna que se preze, tenho alguns cadastros em sites que escrevem sobre e para o universo feminino. Então, recebi um newsletter do site
Bolsa de Mulher com a seguinte matéria “13 repelentes de homem: Descubra o que você não pode fazer de jeito nenhum na hora da conquista”.
Primeira reação: rir. Sim, considero hilária essa tentativa over de categorizar homens e mulheres na hora da conquista, do sexo, da balada, do namoro, do casamento, do divórcio, da crisma ou de qualquer ritual que enfeite os dias de nossas vidas.
É fato que, em algum momento da História da Humanidade, mulheres e homens tinham papéis bem definidos, mas é importante colocar que esses estereótipos foram construídos à luz dos valores morais e da necessidade de organização da sociedade sob a bandeira imaculada da família.
Abre parênteses: não que eu não ache importante a família. Não vejo outra instituição que possa formar melhor o caráter do ser humano. Sem uma boa educação familiar não adianta nem mandar seu filho estudar na Suíça. Ele vai crescer com desvios de caráter ou, no mínimo, com três ou quatro probleminhas que só serão resolvidos depois de muita terapia.
Voltando: homens são de Marte e mulheres são de Vênus? Não. Todos somos terráqueos e cada vez mais mundanos. Ainda que a ciência comprove que a presença do cromossomo Y confere ao homem algumas particularidades em relação à mulher, duplamente X, a dinâmica social hoje prova que as fronteiras estão se rompendo. Isso aqui não pretende ser um tratado antropológico, até porque tudo que eu sei de Antropologia vem daquele famoso livrinho da coleção Primeiros Passos. Mas sobre homens e mulheres, em sua crua realidade chicobuarquiana, eu entendo.
Sou retrato de uma época. Balzaquiana, solteira, independente financeiramente, moro só, tenho meus gatos e faço minha própria programação pelo mundo. O que me diferencia de um homem na mesma situação que eu (tirando o fato de que ele não teria 3 gatos)? Nada.
Tudo que ele quiser e puder fazer, eu também posso. Todas as reservas para relacionamentos ou invasão do seu espaço sagrado de solteiro que ele possa ter, eu também tenho. Todos os artifícios de conquista dos quais ele pode utilizar para conseguir o que deseja no momento, eu também posso. E quando coloco “EU”, trago comigo todas as mulheres que possuem a mesma realidade.
Blá, blá, blá, não é feminismo. É conquista através dos tempos. Hoje alcançamos altos postos de trabalho, somos chefes de família, ou podemos optar, sem sermos tripudiadas pelos pais, em permanecer solteiras e colecionadoras de vistos em passaporte. Trocamos o quarto do bebê por uma sala de leitura com sistema de som.
A sonhada lua-de-mel em Paris vira 15 dias de compras e jazz em NY com as amigas. Os nomes dos nossos filhos vão parar nos nossos gatos ou pugs. Whatever. Se a escolha for decidida, essa é de fato a grande época do livre-arbítrio para as mulheres. Tudo podemos, como eles sempre puderam.
Então, ando meio entediada com essas tentativas midiáticas de separar os moços das moças. Vide a moda. Usamos calças boyfriends, e eles pintam as unhas. Vide essa nova geração. Sensíveis, andróginos, livres. Vide a política. Homens e mulheres disputam igualitariamente o comando deste país. Então, Bolsas e Tiaras de Mulheres pela internet afora, vamos melhorar e escrever para as mulheres que lhes lêem?
Como o texto vai longo, vou comentar nesse primeiro momento apenas um tópico. Se o dono deste blog abrir o espaço para mais colaborações, eu posso desenvolver o tema.
"Fazer sexo no primeiro encontro é um repelente"
Esse é o melhor. Certo dia estava na livraria e um título me chamou atenção: “Porque os homens preferem as mulheres poderosas”. Ri mais uma vez e fui folhear. A uma altura do tratado, tinha um capítulo chamado “Lojinha de Doces”. O ensinamento era o seguinte: não abra toda sua lojinha de doces na primeira vez. Libere jujuba por jujuba.
Primeiro eu pensei: “Isso aqui merece um Pulitzer”. Depois eu fechei o livro e desejei vida longa à autora. Fala sério! Meninas, não acreditem nisso. O homem que não te quiser porque você deu no primeiro encontro não iria te querer nem no 18º. Quando há desinteresse, tanto homens quanto mulheres conseguem levar uma relação por várias e várias vezes e depois cair fora como quem pula do Carrossel.
E outra: se para conquistar e manter um homem você se vale da “terra prometida”, é hora de reavaliar suas virtudes e defeitos, e entender uma coisa: enquanto você faz da sua vida sexual um oásis no deserto, seu príncipe encantado está brincando no play com gente bem mais resolvida que você. E pode ser que ele não esteja disposto a descer da gangorra pra percorrer todo esse areal.
Se você deu no primeiro encontro e o cara sumiu, não chore, você não é um repelente. Ele é que tem problemas com cavalheirismo. Agradeça a Deus pela noite. E outra: faça o mesmo de vez em quando. Sonhar com o príncipe é importante, mas tem horas que precisamos apenas do cavalo branco.
Bem, espero que tenham gostado dessa minha primeira participação por aqui. Continuarei tentando melhorar o mundo.